segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Poetas piauienses


Amélia Rocha (Amélia Soares da Rocha: Jerumenha, Piauí). No livro: “Feijão com Vatapá”, relembrando a terra natal, o melhor ingrediente é o poemeto “Obrigada”. “Com falsa modéstia,/ Só me resta dizer – obrigada/ Que se dou amor,/ É porque recebo amor,/ Nada mais que isso/ “Do amor ´caliente´do Piauí/ Que esquenta sentimentos,/ Frita ovos no asfalto/ E/ Expressa amor via Embratel”. Esclarecemos: Amélia Rocha empregou a palavra ´caliente´, da língua espanhola, a fim de representar o amor ardente.

Benjamin do Rêgo Monteiro (Benjamin do Rêgo Monteiro Neto:Teresina, Piauí, 1915), cultor do Direito, é um nonagenário respeitado pela invulgar inteligência que possui. Além do mais, professor, jornalista, historiador e poeta. Na definição sobre a palavra saudade, os versos alcandorados se mostram perfeitos.. “Saudade é desejo triste/ De ter as coisas distantes./ Onde mais saudade existe;/ É no coração dos amantes./
“Saudade é desejo velho/ Do coração que amou./ Mais ama, a gente mais sente/ O gosto do que passou”.


Diego Mendes Sousa (Parnaíba, Piauí, 1989). No livro de poemas: “Fogo de Alabastro”, revigora o amor platônico da nossa admissível modernidade. Encaixa a sua “Perplexidade”, além do transcendental, conveniência do êxtase propiciando o encanto das palavras (na Espanha, o ´vate´ piauiense é admirado pelos literatos ibéricos). “O timbre santuário e solidão/ Tua voz na tarde úmida dos limites/ O coração/ Alma e síntese/ Na nulidade da fêmea/ Do ranger/ A dádiva e o embate/ O fardo das mãos/ Fabuladas/ Sobre os anéis/ Os lençóis/ Da vida e a andança/ Dos corpos/ Para que as estrelas?/ O tempo? O tempo?/ “Derrama-se sobre a noite/ A lembrança do céu/ O que é o fado?/ Fumaça e desatino”.

Elmar Carvalho (José Elmar de Mélo Carvalho: Campo Maior, Piauí, 1956). No livro “Sete Cidades”, roteiro de um passeio poético e sentimental, encontramos o ardor do poeta na contemplação pelo trabalho singular da natureza em solo piauiense. Na primeira parte de tantas outras encantadoras dessa excelente peça literária (´O Pórtico Triunfal´), Elmar Carvalho transbordou contentamento. “Sete Cidades/ De sete vezes sete/ Vens de encantamento./ Cidade encantada/ Sempre desencantada/ Para novos e mais/ Deslumbrantes encantos”.


Hardi Filho (Francisco Hardi Filho: Fortaleza, Ceará, 1934). Convicto literato piauiense porque faz tempo que adquiriu o reconhecimento pela Academia Piauiense de Letras(data de fundação: 30 de dezembro de 1917). Extrapolando afeição e com modéstia, divulgou “Tempo Nuvem”, livro de belas poesias. ´Vento Alegre´ foi a peça escolhida por evidenciar o sopro de sua exuberante inteligência. “Vento que vem trazendo das longuras/ Da infância as belas e perdidas cores/ E os naturais cândidos olores/ Do céu de dias bons e noites puras,/ Vento que vem lembrando as travessuras/ De amor, a mocidade sã, ardores,/ Sensações, sentimentos dos albores/ Da vida então isenta de amarguras,/ “Vento que vem e com certeza fala/ Para a
minha alma, ponderado e brando,/ Da glória de viver que ainda a embala./ “Vento que vem... me toca, acaricia.../ Vento que passa... deixa-me chorando,/ Porque também se chora de alegria!”



CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR



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