segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pobreza pericial


Há uma questão patente no Piauí desde a irresolubilidade da morte da estudante Fernanda Lages e do incêndio que destruiu o prédio da Secretaria da Saúde: são para além de precárias as condições técnicas e científicas para uma investigação policial no âmbito do aparato de segurança do Estado. A maior evidência disso é que, em ambos os casos, a Polícia Federal foi convocada para assumir as investigações.


No caso da morte da estudante, vá lá que exista, sim, um posicionamento político do Ministério Público Estadual e de uma disputa pública com a Polícia Civil, em face de posições divergentes das duas instituições,
bem assim de um cabo de guerra sobre o controle ou não do aparelho policial pelo órgão ministerial.


Não se pode, contudo, dizer a mesma coisa do incêndio que consumiu toda a estrutura física, equipamentos e documentos nas Secretarias da Saúde, Desenvolvimento Econômico e Controladoria Geral do Estado. Ainda quando o prédio ardia em chamas o governador Wilson Martins decidira pela convocação de peritos da PF para investigar as causas do incidente.


Mesmo que as motivações para o pedido de ajuda da PF sejam diversas, há nelas um ponto em comum: a fragilidade das condições de trabalho e a pequena quantidade de recursos humanos qualificados para uma boa investigação policial lastreada em provas técnicas e periciais. Isso reforça o alerta para que se adotem
providências com o fito de dotar a polícia local de mais peritos nas mais variadas áreas.

São conhecidas as limitações financeiras do Estado para a contratação de pessoal, mas se existe uma área em que a necessidade fala mais alto que rigores fiscais, essa área é a da investigação criminal com esteio na técnica. Hoje, a polícia carece de mais peritos médicos, engenheiros, analistas de sistemas e outros profissionais qualificados para lançar olhares mais atentos e acurados para cenas de crimes e criminosos.



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