segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O agronegócio e as exportações

A demanda mundial por alimentos tem crescido numa velocidade assustadora, de forma que, esta equação do aumento do contingente populacional mais o incremento da renda dos consumidores,
principalmente nos países emergentes, nunca fecha com a produção, que continua aquém das necessidades prementes verificadas, notadamente nos países africanos, mas que se alastra em todo o mundo. Segundo projeções das Nações Unidas, a demanda global por alimentos deve crescer 20% nos próximos dez anos, e o Brasil terá um papel fundamental na produção desses alimentos, já que possuímos solos férteis, rico manancial de águas e clima propício para compensar as limitações por demais conhecidas de outras regiões.

Tecnologias de ponta já se fazem presentes nas propriedades espalhadas principalmente no Sul e Centro-Sul do país, propiciando redução de custos em torno de 40%, se comparado com o método
tradicional anteriormente utilizado.

Essas tecnologias permitem maior eficiência na aplicação de calcário, fertilizantes e herbicidas, fazendo com que haja mais homogeneidade na produtividade, como também relevante aumento
na produção total. Observa-se claramente que não é através do desmatamento desenfreado que possamos aumentar a produção de grãos, mas sim, com o emprego da agricultura de precisão,
usando-se em demasia a tecnologia da informação.

A exportação de grãos computada na nossa balança comercial representa em torno de 40% da totalidade das nossas exportações, então um setor por demais promissor como esse tem que merecer atenção especial dos governantes, para que continuemos fazendo grandes exportações para o mercado chinês, que comprovadamente, é grande importador das nossas commodities agrícolas. Devemos
registrar o fato, de que a grande maioria dos nossos produtores de grãos vivem na ilegalidade, em razão de não contar com um código florestal que traga uma legislação que venha trazer uma maior tranquilidade para o campo, e impondo um seguro que venha a evitar os enormes prejuízos galgados no dia a dia por essa massa trabalhadora, que trabalha ininterruptamente para que não falte o alimento na mesa da população mundial. Até mesmo é gritante a confusão feita entre áreas de preservação permanente as conhecidas “APP”, e áreas montanhosas, de encostas e ribeirinhas.

O cuidado com o ambiente não pode ser esquecido, as nossas florestas, os nossos rios, o contingente animal e vegetal são indispensáveis para o equilíbrio do planeta e a sustentabilidade do solo e do clima se tornam elementos fundamentais e cruciais para uma melhor qualidade de vida dos terrestres. Mobilizações como as que foram feitas por parlamentares para pedir incentivo ao plantio e a comercialização da cadeia produtiva do trigo têm que ser feita também com as outras culturas, e que seja promovida a antecipação do lançamento dos planos agrícolas antes mesmo dos plantios já terem se iniciado, para que os produtores possam melhor preparar as terras com o melhor conhecimento das
regras, com o objetivo claro de não trazer maiores prejuízos para o setor agrícola.

Investimentos como os que estão previstos para os próximos meses na região do semiárido em São João do Piauí se tornam realmente em empreendimento de grande valia para o nosso Estado. O projeto prevê a expansão de área irrigada de sete para mil hectares, transformando aquela região num grande polo de produção de frutas e verduras.

Talvez seja o mais importante do projeto é a expansão da renda das famílias do assentamento, que passará dos modestos R$ 822 para R$ 5,4 mil, alavancando a economia no município e trazendo maior poder de compra para os consumidores.

IVANILDO OLIVEIRA
ECONOMISTA (UFPI)

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