sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mendiga


A tradicional revista “Sapiência”, valioso informativo científico produzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI, na edição 28, setembro de 2011, traz no seu formidável bojo sínteses literárias de seis livros didáticos, todos interessando pelo conteúdo diversificado. Os necessários esclarecimentos sobre o conteúdo de cada livro estão definidos da seguinte maneira: “Abrindo Caminhos”,
autora Iraneide Soares da Silva, tem como assunto a educação brasileira; “Broadside”, autor Breno Brito, tem como tema principal a propaganda no Brasil; “Cerrado Piauiense, Uma Visão Multidisciplinar”, autoria da Tropen-Prodema – Universidade Federal do Piauí, versa uma profunda dissertação sobre meio ambiente; “Como Era Bom aos Domingos”, autor Gustavo Said, diz respeito ao homem que, no Piauí, plantou o jornalismo esportivo; “Microbial Ecology of Tropical Soils”, autores: Ademir Sérgio Ferreira de Araújo e Márcia do Vale Barreto Figueiredo, trata do assunto pertinente à ecologia; e “Rede Globo – Mercado ou Cidadania?”, autora Jacqueline Dourado, tem como alvo a propaganda girando em torno de cidadãos brasileiros. Pelo
que está realizando em prol da intelectualidade
piauiense, a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Piauí – FAPEPI, merece o apoio de todos nós. Sem faltar as felicitações de praxe.
 
A Sociedade Sírio-Libanesa do Piauí, sob presidência do médico Antônio Dib Tajra, promoveu na última quarta-feira, 30 de novembro, a apresentação do Coral Sinfônico constituído pelos componentes do Coral Nossa Senhora do Amparo. O apoio da Banda Sinfônica de Teresina foi imprescindível para o êxito do empreendimento. Os regentes: professora doutora Maria Yêda Caddah e o maestro Antônio Linhares, aprovaram o cenário preparado pelos responsáveis que administram o Teatro da Assembléia. A plateia considerou inigualável a apresentação dos artistas da música erudita.

O escritor e poeta Assis Fortes (Francisco de Assis Fortes: Esperantina, Piauí, 1937), em solenidade literária realizada na quinta-feira última, primeiro de dezembro, lançou mais um livro contendo lembranças do seu tempo: “Memórias de Mim, Histórias dos Outros”. O auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Piauí, lotado pela presença de autoridades literárias, mostrou a força da persuasão do laureado Assis Fortes, expoente da cultura piauiense no “Vale do Longá”.

No livro de poesias titulado “Enigma”, a poetisa Zelinda Eliza Martins Moura (Bertolínia, Piauí, 1951), destacou “Crepúsculo”, reluzindo versos e abrandando a saudade. “Na luz crepuscular,/ Fico a imaginar/ Momentos que vivi outrora/ Agora é só recordar./ “Na hora da AveMaria,/ Bate uma saudade no peito/ Uma canção tão dolente/ Para essa dor não tem jeito./ “Quimeras e desejos/ Envelhecem minh´alma./ Paz, não tenho direito!/ “Sou um barco à deriva/ No mar desta vida/ Trago no coração/ Uma dor escondida”.

O jurista José Vidal de Freitas (Oeiras, Piauí, 1901-Teresina, Piauí, 1987), antes do falecimento, adoentado que estava mas lúcido e sempre interessado na arte de versejar, rascunhou o indescritível soneto de amor ao próximo:

“Mendiga”. “Esquálida, andrajosa, envelhecida,/ Ei-la que passa e a caridade implora,/ E em seu olhar sem luz, quase sem vida,/ Um mundo de ilusões perdidas chora./ “Pobre mulher! Pelo sofrer, vencida,/ A toda gente estende, de hora em hora,/ A mão febricitante e emurchecida,/ Que muitos bens distribuíra outrora./ “Mas, se evocando os dias bons de criança,/ Que lá se foram para a imensidade/ Do tempo inexorável, que não cansa,/ “Ela sorri, revendo aquela idade,/ N´alma cansada vibra uma esperança/ E o coração palpita de saudade”. Esclarecemos: O insigne José Vidal de Freitas colocou, no terceiro verso do segundo quarteto
do seu memorável soneto, a palavra “febricitante” como indicativo da pessoa que tem febre.




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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