sexta-feira, 25 de maio de 2012

Louco de Vontade


A escritora Ranielle Leal, experimentada na carreira que poucos entendem: “Fotojornalismo”, lançou ontem no salão nobre da Casa da Cultura, Teresina, Piauí, o valioso livro “O Olhar e a Palavra”. O conteúdo da obra mostra as atividades profissionais do extraordinário fotógrafo piauiense José Medeiros, artífice que protagonizou cenas incríveis de ilustração na principal revista de circulação internacional “O Cruzeiro”, período: 1946-1962. Cabe esclarecer que José de Araújo Medeiros, nascido em Teresina, 1921 e falecido na cidade de Áquila, Itália, 1999, brilhou como repórter fotográfico e foi partícipe em 40 filmes de longa-metragem (acabou atuando no filme de 1964: “A Falecida”). Por outro lado, na época de Assis Chateaubriand (Umbuzeiro, Paraíba, 1892-São Paulo, 1968), dono de “O Cruzeiro”, o ilustre piauiense havia escrito o livro de texto: “Candomblé”, obra especializada em assuntos folclóricos e etnológicos. Além de se tornar diretor na filmografia de “Paraíso de Aventuras”. José Medeiros recebeu, em 1994, da Funda-
ção Cultural Monsenhor Chaves (Joaquim Raimundo Ferreira Chaves: Campo Maior, Piauí, 1913-Teresina, Piauí, 2007), a reedição do filme: “José Medeiros, 50 Anos de Fotografia”.

Amanhã, o padre Miguel Soares celebrará a “Missa Santa Joana d´Arc (Domremy, França, 1412-Ruão, França, 1431), no Espaço Multicultural Allegre/Ema, local escolhido pela comunidade da Fazenda Alegre (Pau d´Arco, Estrada Motorista Vladimir Melo, no quilômetro 30, entre os municípios piauienses de Altos e Beneditinos). Na verdade, uma merecida homenagem à padroeira da França, às mães e, especialmente, às pessoas querida que nos antecederam.

Uma quadra enaltecendo os poetas piauienses foi escrita pelo inteligente William Melo Soares (Alto Longá, Piauí, 1953): “O poeta quis ser livre/ Leve teceu sua voz/ Cantou por todos os santos/ O canto de todos nós”.

Nascida em São Pedro do Piauí, a poetisa e professora Josefina Ferreira Gomes de Lima rememorou os caminhos bíblicos de Jesus Cristo, criou versos resplendentes. “Juntei alguns versos bíblicos/ Organizei num papel,/ Selecionei palavras/ E fiz este meu cordel,/ Falando de Jesus Cristo/ Irmão e Pai da verdade/ Na sua vinda à Terra/ Abençoa a humanidade./ “Fez a água virar vinho/ E acalmou a tempestade./ Ressuscitou e curou/ Resgatou a dignidade/ Ensinando, perdoando,/ Injustiças combatendo/ Rotulado e açoitado/ Acabou
na cruz morrendo”.

Em momento especial, as bênçãos de Deus a favor dos fiéis da cidade de Monsenhor Gil (Raimundo Gil da Silva Brito: Teresina, Piauí, 1855-1919), são oferecidas nos meses de maio e junho. Acreditam os católicos que os raios do sol chegam ao município mais livres e mais rápidos e, antes da chegada indesejável da seca. Por isso, as bênçãos de Deus tornam esperançosos os habitantes de Monsenhor Gil.

Já José de Anchieta Mendes de Oliveira (Simplício Mendes, Piauí, 1931), colocou livres versos no soneto de sua autoria: “Louco de Vontade”. “Um pássaro quis ver – livre no espaço -/ Para cantar um hino àliberdade,/ Canto de amor, de paz – do amor escasso -/ De paz que foge sempre à humanidade./ “Quis ser um deus – unir no abraço -/ Os homens, em real fraternidade,/ Entre dois corações marcar um traço/ De união fraternal – sinceridade.../ “Quisera ser a luz a cintilar,/ Um guia só em busca da verdade,/ Verdade divinal e salutar,/ “Para sempre extinguir toda maldade./ “Nem o ódio, nem paixão, nem maltratar./ Mas sou, decerto, um louco de vontade”.




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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