domingo, 11 de dezembro de 2011

Viver ou juntar dinheiro?

Perguntaram ao Dalai Lama... “O que mais te surpreende na humanidade?”. E ele respondeu: “Os homens...

Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o
presente nem o futuro.

E vivem como se nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido”.

Ao passar os olhos nesse texto do Dalai, um mestre do budismo tibetano, veio à minha mente nomes de amigos e parentes que transformaram suas vidas em máquinas de enriquecimento lícitos ou não, não sei, não vem ao caso.

Nada contra a quem trabalhou ou trabalha muito para enriquecer. A minha tristeza é que essas pessoas quase sempre esquecem tudo e a todos para alcançar sua meta financeira. Quero então aproveitar
esse espaço para compartilhar com vocês essa minha interrogação. E enquanto vocês matutam aí eu vou contar uma historinha que recebi por e-mail e que acredito caiba direitinho no contexto em pauta.

Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico.

Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30 mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário.

Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei. Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro
em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro.

Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?. Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.

Por isso me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos
61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida. Vamos e venhamos, o cabra pra seguir em cima da risca os ensinamentos desses jovens executivos tem que ser no mínimo avarento profissional. Essa história me fez lembrar uma frase que meu saudoso pai dizia: Minha casa é pobre, mas é farta. Não tenho carro, nem velho nem novo, porém, a minha geladeira é cheia até a tampa.

E como reforço, vou me utilizar de uma afirmação do poeta paraibano Jessier Quirino, quando diz: Tenho um “cumpade” que de tão miserável, peida no fogo pra não comprar um abano. Acho que ele seguiu “direitim” os conselhos dos jovens executivos. Trabalhou muito, viveu pouco, ficou velho com muito dinheiro. Construiu uma casa com 10 banheiros e o peste mija no chão. Que tal?. “Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz.

Assim ele saberá o valor das coisas e não o seu preço”. Que tal um cafezinho?



LÁZARO DO PIAUÍ
ESCRITOR

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