quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Segurança interna

Brasil gasta mais com segurança privada  que países com economia igual ou superior à sua. Não há estimativas recentes dos custos, havendo estudos que indicam um impacto de até 11% sobre o Produto Interno Bruto – o que não representa necessariamente o que é gasto, mas o que é desperdiçado ou acrescido ao valor de bens e serviços. Uma estatística mais aceita é a de que a segurança ou a falta dela comprometam até 5% do produto interno brasileiro.

Incrivelmente, a maior parte do gasto com segurança está concentrada não no setor público, mas nas
empresas e nas famílias. O último dado disponível indica que o setor privado gasta mais de R$ 60 bilhões ao ano com segurança – e esse dado se refere apenas às empresas, não incluindo as famílias. Assim, é certo que muito dinheiro deixa de ir para a produção e o consumo para se prestar à guarda do patrimônio empresarial e familiar.

Mesmo assim, os números de crimes contra o patrimônio não diminuem. Em algumas cidades, eles estão em crescimento – mesmo em municípios menores, onde o roubo, o furto, o assalto e os arrombamentos a residências e empresas eram, até bem pouco tempo, uma realidade bem distante – um mal presente mais nas áreas urbanas mais adensadas e com maior população.

Como agravamento da violência, obviamente que o custo para contê-la segue crescente. Então, o país se vê diante da necessidade de reduzir os índices de criminalidade para que os gastos com segurança não onerem as contas públicas nem reduzam a competitividade das empresas. Não é essa uma tarefa fácil, mas há razões para se acreditar que é possível avançar para uma realidade de gastos
decrescentes com segurança pública.

Países com mais problemas que o Brasil, em razão do predomínio de cartéis da droga, como a Colômbia, avançaram em um pacto contra a violência. Possivelmente, o caminho do Brasil seja
algum tipo de concertação no sentido de agregar todos os atores sociais no combate às causas e também às consequências da violência e da criminalidade – notadamente naquelas que se alimentam no vasto e danoso campo do tráfico.

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