quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Oportunidade para reforma

O Brasil teve crescimento zero no terceiro trimestre de 2011, conforme apurou o IBGE. Não é a melhor notícia do ano, mas diante do desastre em que estão metidas as economias europeias, não deixa de ser reconfortante que no Brasil a desaceleração não seja negativa, sobretudo na comparação com o mesmo trimestre de 2010, que registra uma expansão de 2,1%.

Os números do consumo das famílias, que têm sido um esteio da manutenção do crescimento econômico brasileiro, não são também os mais alvissareiros. Houve um aumento mínimo de 0,1% - algo que certamente pode mudar com as festas de final de ano, quando há um impulso para mais compras, inclusive de bens
de consumo durável.

Se os indicadores econômicos não são suficientes para espantar, eles precisam servir de alerta. Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda), que incluiu entre suas atribuições ter um otimismo a ser desmentido pelos fatos econômico futuros, informava que a economia crescerá abaixo do esperado pelo governo. Algo próximo de 3,8%. O mercado trabalha com menos, porque é perceptível que o consumidor também resolveu pisar no freio.

Medidas recentemente anunciadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Operações Financeiras e a redução de impostos sobre a chamada linha branca podem até reduzir os impactos da desaceleração econômica.

Contudo, seu caráter pontual faz com que para médio prazo sejam inócuas. É de se esperar, com efeito, que 2012 venha a ser um ano com atividade econômica um tanto quanto mais deprimida que 2011, até mesmo em razão do quadro internacional de uma recessão em mercados importantes como a Europa e os Estados
Unidos, além da desaceleração na China.

Como apesar de haver indicadores que apontam para um período de crescimento baixo – mas não de recessão – o Brasil pode e deve tirar deste momento o proveito para seguir rumo a reformas necessárias, sobretudo para desonerar a produção e o trabalho, além de reduzir os impactos nos gastos públicos
com Previdência Social.

Essas reformas, agora em curso a ferro e a fogo na Europa, podem ser feitas pela presidente Dilma Rousseff em 2012 e somente no próximo ano, pois em 2013 já se terá os ares das presidenciais de 2014 e aí haverá dificuldades em criar zonas de atrito com a opinião pública

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