terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Limpeza ministerial


Depois de um mês sangrando em público, dando declarações que só serviram para minar sua imagem e comprometer o governo, Carlos Lupi deixou no domingo o cargo de ministro do Trabalho. Ele é o sexto ministro substituído em face de denúncias de irregularidades – uma palavra bastante amena para descrever o grau de ilegalidades em que se meteram os ministros exonerados.

Lupi é o retrato de um Brasil que não precisa mais existir: acusado com robustas provas de traficâncias e mau uso do dinheiro público – novamente para usar palavras suaves – o ex-ministro preferiu detratar a imprensa a enfrentar a realidade. Antes disso, cometeu desatinos como o de dizer que teria que ser abatido a bala – uma declaração que poderia vir de um gângster, não de um ministro de Estado.

Encerrada a sangria pública do ex-ministro Lupi, poder-se-ia ter em Brasília um pouco de sossego. Não parece ser isso o que vai acontecer. Em Brasília, para o bem ou para o mal, a fila anda quando se trata de denúncias de práticas nada ortodoxas pelos homens do primeiro escalão do governo. É bastante provável que agora o ministro das Cidades, Mário Negromonte, se torne a bola da vez.

As denúncias contra Negromonte são muito sérias, porque implicam na perda de centenas de milhões de reais. É praticamente impossível que agora que Lupi saiu da linha de tiro – para usar uma expressão que o próprio ex-ministro cultivou – seja o ministro das Cidades o auxiliar da presidente Dilma a ser lembrado
por uma mídia que entra agora em um período de entressafra de notícias.

Essa é, infelizmente, uma situação que deve ocorrer. Bem fará a presidente Dilma Rousseff se conseguir livrar-se de mais um ministro que cria constrangimentos para o governo. Bom que o faça com rapidez porque se há um elemento positivo para ela tem sido um descolamento em relação aos escândalos em série. Mesmo assim, não é melhor não abusar nem da sorte nem do público

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