quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Jenipapeiro

Inicialmente, a definição da palavra Jenipapeiro (depois, as explicações a respeito da “terra dos espritados” através do memorial geopolítico - ramo da Geografia que trata dum lugar em suas íntimas relações com o meio.

Consolidando as histórias que transformaram o Jenipapeiro em município, o conhecido Francisco Santos).

Jenipapeiro é “árvore baixa e grossa (genipa americana), da família das rubiáceas, de folhas oblongas e agudas, flores largas, tubulosas e alvas, e cujo fruto, o jenipapo, é uma baga fortemente aromática e muito apreciada para licores, sendo a madeira clara utilizada no fabrico de coronhas e raquetes. Ocorre em todo o País”.

Sobre Francisco Santos, o município foi criado no dia 9 de setembro de 1960, pela Lei 1.963. Instalado no dia 24 de dezembro de 1960. Desmembrado de Picos, onde era o povoado Jenipapeiro. Tem uma área de 234 quilômetros quadrados e altitude de 250 metros. O sertão é sua zona fisiográfica. Microrregião homogênea nos Baixões Agrícolas Piauienses. Tem posição geográfica situada na margem esquerda, à jusante (para o lado em que vaza um curso d´água) do rio Riachão. Distante de Teresina, capital do Piauí, 277 quilômetros em linha reta ou 360 quilômetros por rodovia. Nascido do arraial que surgiu da Fazenda Jenipapeiro, 1818, fundada por dois casais e dos quais provém quase
toda sua população atual. Os fundadores foram nove baianos da família Rodrigues. O local passou a povoado, em 1935. E quem foi Francisco Santos (Francisco de Sousa o Santos)? Comerciante e político. Nascido e falecido em Picos, Piauí, 1882-1951. Líder empresarial que se tornou influente e com grande prestígio político na região picoense.

Em 1910, suplente de Juiz de Direito. Em 1929, primeiro suplente de juiz federal. Na sua região, em 1916, vice-intendente da cidade. Intendente (Prefeito) de Picos nos períodos: 1921- 1924, 1924-1928, 1937-1938 e 1946-1947.

No mandato:1924-1928, instalou a energia elétrica em Picos. Em 1930, numa nova época política para o Piauí, Francisco Santos foi prefeito nomeado e, na consequência desse mesmo ato, eleito deputado estadual.

Agora, João Bosco da Silva. Nascido em Francisco Santos, Piauí, 1944, autor do livro “Geralho” (Contos Encadeados), publicado em 1994, contendo 97 páginas e conteúdo tendo como base o “Geralho”, palavra sem registro em dicionário ou mapa, pretensão de significar terra do alho, que gera alho. Assim, “Geralho” é, antes de tudo, o triunfo de quem entendeu “geralho” como abstração sem existência concreta para os literatos. Fixação do autor num lugar imaginário até se transformar em contador de histórias. No livro recém-lançado: “Jenipapeiro”, espiamos a origem do município de
Francisco Santos. Portanto, e pelo que analisamos minuciosamente, a obra literária de João Bosco da Silva é o precioso enfoque bucólico de rara beleza genealógica. Enriquecendo o passado sem afigurar palavras ofensivas contraquem plasmou juventude e velhice desde 1818, no arraial (acampamento) surgido da Fazenda Jenipapeiro.

Explicar o topônimo: “terra dos espritados”, é recorrer aos dicionaristas. “Espritados” não é para qualificarmos pessoas extremamente valentonas. No específico, entendemos a prosopopeia do João Bosco da Silva, como pessoas dignas de admiração. A começar pela ascensão da família Santos e, mais tarde, pela consolidação do mando político em coro com o feudo oligárquico culminado em patrimônio genealógico. Assim, da emancipação política datada de 24 de dezembro de 1960, à exposição dos nomes atrelados ao parentesco, Francisco Santos está em primeiro lugar, reluzindo a linhagem que continua com Licínio Pereira dos Santos, Elizeu Pereira dos Santos, Francisco Rodrigues de Sales (Chodó), Francisca dos Santos Rodrigues e Mariano da Silva Neto. E é percorrendo a galeria dos símbolos cívicos do município (bandeira, brasão e hino), as lembranças do “mangalheiro” (o que produz da pequena lavoura para vender nas feiras e mercados do interior), de Picos, de Bocaina, Santo Antônio de Lisboa e outras cidades ou povoados do Riachão e do Guaribas, onde, até bem pouco tempo a fartura teve como exemplo a cultura do alho, que o “espritado” João Bosco da Silva explicou como o encontro dos descendentes da família Rodrigues. Então, “Jenipapeiro” é o consentimento e aprovação para que outras histórias forneçam material instigante capaz da confecção doutro livro sempre abarcando o município de Francisco Santos.


CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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