segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Drogas e trabalho


O senso comum relaciona drogas a marginalidade e vadiagem, mas é preciso enxergar um pouco mais adiante para perceber que o uso de substâncias entorpecentes – lícitas ou não – pode ser uma causa muito importante na perda de produtividade de trabalhadores e, em casos mais extremo no desemprego.

Dados do INSS relativos ao primeiro semestre deste ano indicam que 21.273 trabalhadores foram afastados de seus postos para tratar transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas - que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição.

No mesmo período do ano passado, os afastamentos por abuso de drogas somaram 17.454, o que representa um preocupante salto de 22% - indicando que além de trazer danos às famílias e ao tecido social, drogas (álcool incluído) começam a causar prejuízos ao sistema previdenciário brasileiro, cujo déficit é crescente.

Não existem estudos que permitam medir com clareza e precisão a extensão dos prejuízos financeiros que álcool, tabaco e drogas ilícitas causam às empresas. Porém, há perda de rendimento dos trabalhadores e afastamentos decorrentes direta ou indiretamente do abuso de álcool, fumo e drogas são cada vez mais frequentes, embora, lamentavelmente, não se registre essa causa.

As perdas financeiras crescentes, tanto do Estado quanto das empresas, podem e devem ser motivo para
que se encare mais seriamente o problema das drogas (lícitas ou não) no mundo do trabalho. Não é mais possível ignorar que um crescente número de trabalhadores pode estar se utilizando de drogas para ‘turbinar’ seu rendimento – o que é uma ilusão. Assim, é bastante razoável que governo, trabalhadores e empresários comecem a discutir seriamente essa questão.

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