terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Uma ação local


O rio Poti cobriu-se nas últimas quatro semanas de um tapete verde de aguapés e canarana – um capim que nasce onde existem água e matéria orgânica reunidas. A beleza dessa cobertura vegetal, porém, é reveladora de um problema: a contaminação do rio por esgotos lançados ‘innatura’ no rio.

A cena do rio coberto de plantas se repete ano após ano, sempre que suas águasficam reduzidas pela escassez de chuva acima de Teresina. E essa parece ser uma situação que vai se repetir indefinidamente até que se adotem providências locais para conter a contaminação das águas do Poti e Parnaíba.

No caso do Parnaíba, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba já deu iní-
cio a uma ação positiva, que é a de realizar obras de construção de rede e estações de tratamento de esgoto
em cidades na margem piauiense desse rio. No entanto, em relação ao Poti e a outros afluentes do Parnaíba as coisas patinam.

É adequado lembrar que medidas para evitar que os rios sejam depósito de lixo, de esgotos não tratados e de efluentes industriais podem ser tomadas pelos governos locais. No caso de Teresina, cabe à prefeitura evitar que suas galerias para águas pluviais sigam sendo usadas por pessoas físicas e empresas para lançamento de águas servidas no leito dos dois rios que cortam a capital.

São os esgotos não tratados lançados nos dois rios que fazem prosperar o belo tapete verde que toma toda a extensão do rio Poti em seu trecho final na cidade de Teresina. É necessária, pois, uma ação enérgica para eliminar as ligações clandestinas de esgotos às galerias, bem assim coibir que se repita essa ação, inclusive com punições pecuniárias e processos por crime ambiental.

Neste sentido, parece adequado que tanto a administração atual, encerrando mandato, quanto a que começa em 1º de janeiro do próximo ano estejam atentas para agir contra esse estado de coisa. Não é possível que estejamos sempre um passo atrás na proteção aos nossos rios.

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