domingo, 18 de novembro de 2012

E o que diriam os mortos?


Se eu não estiver enganado de acordo com as leis orgânicas, só se deve colocar nome de logradouros, - diga-se – ruas, praças, pontes, prédios -, de pessoas que passaram desta para outra vida, haja vista que a homenagem é para quem já ganhou seis (sete) palmos de terras abaixo, mesmo sendo um sem-terra.

E o que diria o Conselheiro Saraiva a respeito da mudança da capital Oeiras para Teresina nos idos de 1852? Uma cidade hoje com cerca de 900 (novecentos mil) habitantes com vilas na sua periferia.

Que conversa sairia de um encontro entre Frei Serafim e o ex-governador Miguel Rosa nomes dados a duas das principais avenidas de Teresina, cruzandose num congestionamento em horário de pico a 40º (quarenta graus de temperatura)?

Sem querer desmerecer os homenageados, o que diria o ex-presidente Juscelino de Oliveira Kubitschek que tem o
seu nome em uma ponte que liga a zona Leste ao centro de Teresina sobre o rio Poti que - diga-se de passagem -, teve um pífio “alargamento” para passagem de veículos e uma outra monumental com estais sobre o mesmo rio Poti em homenagem ao mestre de obras Isidório das primeiras edificações de Teresina
recém-inaugurada por Saraiva?

E o que diria Dom Severino e J. F. Kennedy sobre as avenidas em homenagem aos seus nomes quando dos alagamentos em períodos invernosos na capital da chapada do corisco? E o nosso historiador Higino Cunha sobre só agora “tentarem” resolver o problema do cruzamento com a Avenida de Castelo Branco da “enxurrada” de veículos vindos da Ponte Wall Ferraz? E as ruas apertadíssimas do Centro de Teresina: o
que diriam Álvaro Mendes, Coelho Rodrigues, Eliseu Martins, Areolino de Abreu, Simplício Mendes, Desembargador Freitas, Félix Pacheco, Olavo Bilac.
 
Em contrapartida, bem no centro de Teresina, incutida entre o Palácio do Karnak, a Igreja São Benedito e a Agência dos Correios a “menor” avenida do mundo, a Antonino Freire, nem tanto congestionada de veículos, nem de pessoas, dado o seu minúsculo tamanho, deve ter sido por isso que deram um Frei
(o) na Avenida Frei Serafim.




JOSÉ GREGÓRIO DA S. JÚNIOR
ESCRITOR

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