sábado, 2 de junho de 2012

Economia no estacionamento


A economia brasileira deve ter em 2012 um ano ruim – ainda que o consumo das famílias mantenha um crescimento em um ritmo bem melhor que o de outros países. Porém, o comportamento errático das economias europeias e mesmo de vizinhos como a Argentina sugere que a hora é de cautela. O consumo
das famílias tem pouca chance de se sustentar em elevação por maior tempo – sobretudo se isso exigir endividamento de longo prazo. Com isso, cria-se um cenário em que a indústria tende a retrair sua produção, o que repercutirá sobre outros setores. O pífio crescimento do primeiro trimestre deste ano -0,2% - claramente indica neste rumo.

Se as notícias para todo o país indicam que o momento não é positivo, para regiões que dependem fortemente da agro-economia, como é o caso do Piauí, mais ainda é necessário ter cautela. A economia brasileira cresceu pouco porque o setor agropecuário teve um recuo muito grande nos três primeiros meses de 2012, na ordem de 7,3%. Esse é um número que para o Piauí é mais negativo ainda.

Outro ponto é o de que com a economia em desaceleração, é mais que evidente que pode haver um recuo nas fontes de receitas que abastecem Estados e municípios. Neste sentido, é adequado que se tenha nos governos uma contenção ainda maior dos gastos ou, se não sendo possível cortes em custos fixos, que se racionalizem as despesas correntes. É medida simples, mas dura e necessária em tempos de vacas magras.

O segundo semestre de 2012 deve indicar, então, um cenário em que, sobretudo os prefeitos, precisam se esforçar para não expandir gastos. Trabalho duro em ano eleitoral, quando as pressões por obras são maiores, porque isso salva o pescoço de muitos candidatos. Porém, gastar para além do que se dispõe em caixa pode resultar em quebrar. Assim, se 2012 é um ano que se mostra ruim quando à metade dele se chega, a projeção para o  2013 não é das melhores, infelizmente.

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