quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O comprador de sonhos


O escritor Evaldo Feitosa (Alto Longá, Piauí), autor do livro “O Comprador de Sonhos”, lançou indagações importantes sobre como ser feliz através dos sonhos. Acusou em linhas ponderadas pela ética, que não pretende ser amado pelas virtudes. E que os defeitos apresentados no âmago da peça literária se tornarão perenes pelos vícios decorrentes da sua emblemática personalidade.

Nos capítulos da primeira parte do imprescindível livro, Evaldo Feitosa vinculou cada tema a um dos personagens que ele criou durante a trama executada e embasada no pensamento filosófico das variadas correntes que jorram no mundo todo (sic). Ele mesmo, em uma das mais interessantes passagens, figurou como delegado que se incumbe da resolução do caso da venda dos sonhos, ajudado que foi pelo fiel mas atrapalhado ajudante, o sargento Pança (não há por parte do autor de “O Comprador de Sonhos”, nenhuma coincidência com a complexidade da obra de Miguel Cervantes (Saavedra Miguel de Cervantes: Alcalá de Henares, Espanha, 1547-Madri, Espanha, 1616), com os personagens: D. Quixote de la Mancha, o bravo guerreiro das lutas existenciais contra os moinhos de vento (cataventos), apoiado nas extravagâncias do bondoso escudeiro Sancho Pança). Por conseguinte, os anseios do Evaldo Feitosa levaram-no à criação doutros personagens. Como Xintó, o primeiro a vender os sonhos e o Shiva Iuri, abandonado pelo pai na rua dos esquecidos, sofrendo na carne todos os problemas dum menor – sem eira nem beira. Evidentemente, problemas de ordem social. E no afã de explicar a saga do sofrimento, criou a Mara, que se entregou à aprostituição deliberada.

No curso das indagações inquietantes, as diferenças fizeram surgir aquela que diz respeito à Justiça entre os homens. O escritor justificou a criatura como criada à imagem e semelhança de Deus, a fim de que a perceptível das interrogações chegasse à imaginação do existencial reinante na solidão. Permeando os elementos que dão suporte aos sonhos que, muitas vezes, perturbam o nosso consciente (os denominados pesadelos).

O livro tem valor científico. É ler, assimilar o conteúdo dos 27 capítulos, entendê-los nas formas irrefutáveis com as quais o conteúdo amplia os defeitos na aglutinação de exemplos variados. Indicativos para justificar
que os sonhos de cada pessoa podem ser comprados se houver uma fértil imaginação como aquela que serviu o filósofo René Descartes (La Haye, Tourain, França, 1596-Estocolmo, Suécia, 1650): “Penso, logo Existo”.

E é nesse fundamento coloquial que buscamos em Mileto, outra criação do conceituado escritor, a razão de ser do viver isolado. Desafiando a intrínseca solidão, vazio enorme dos dias longos e das noites ermas, estabelecimento da correlação entre o vender e o comprar sonhos.

Esperamos que Evaldo Feitosa contemple as nossas considerações e resolva, em prazo que não tem data estipulada, intrometer-se na campanha para escrever e publicar a segunda parte do livro (“O Comprador de Sonhos”).

Estabelecendo os suportes para que a fonte de capacitância da sua lógica seja a razão da felicidade proposta aqui e agora. Cada sonho enfronhando uma decifração. Tal como supôs. E, depois, por fim, colocar em
prática os ensinamentos de Sigmund Freud (Feiberg, na Morávia, 1856-Londres, Inglaterra, 1939), pioneiro da psicanálise (individual ou em grupo, autor do livro “A Interpretação dos Sonhos”): “Fluir ideias em sonhos conduz o paciente, se acordado, ao seu problema psicológico”.



CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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