Hoje, Dia do Trabalho, é uma data perfeita para se refletir acerca dos problemas e das perspectivas que cercam o trabalhador não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Um relatório sobre o trabalho em todo o mundo, da Organização Internacional do Trabalho, indica que a crise e as medidas fiscais para contê-la
devem resultar em mais desemprego. No final de 2012, projeta a OIT, haverá 202 milhões de desempregados no mundo.
A redução da atividade econômica em todo o mundo é um indicativo de que a oferta de emprego também
entrará em declínio. Isso resultará, sem dúvida, em maiores sacrifícios – como redução salarial onde houver legislação que acolha essa possibilidade, aumento da precarização das relações de trabalho, ampliação de jornadas de trabalho, bem assim elevação de problemas como o assédio moral.
Embora as projeções de organismos multilaterais como o FMI e o Banco Mundial sejam de um aumento do crescimento econômico global, em regiões como a zona do Euro, em 2012 o PIB deve ter crescimento negativo – pequeno, é verdade, mas o suficiente para manter um elevado nível de desemprego, sobretudo entre os jovens de 18 a 25 anos.
Um desemprego global cada vez maior, mesmo quando a economia cresce, não é algo que possa passar despercebido, tampouco deva ser ignorado pelos trabalhadores, pelos governos e também pelas empresas. Quanto maior o desemprego, maior o risco que sofrem todas as economias bastante interligadas neste mundo em que as relações econômicas bastante entrelaçadas determinam que recessão em um ponto é causa de problema em outro.
O que se espera, então, de governos como o do Brasil – e não somente no plano federal, mas em nível de Estados e municípios – é que se façam esforços com o fito de não permitir que sejam perdidos postos de trabalho. Assim, parece adequado se observar que ajustamentos fiscais leoninos não podem ser mansamente aceitos, porque onde são postos em prática terminam por causar mais danos que ganhos.
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