sexta-feira, 20 de abril de 2012

Monteiro Lobato, paixão pelo Brasil


O dia 18 de abril, dedicado ao livro infantil no Brasil, é uma justíssima homenagem a José Bento Monteiro Lobato, que nasceu na mesma data em Taubaté – SP em 1882. Formou-se em Direito e chegou a ser promotor público, mas abandonou o cargo e com ousadia passou a se dedicar à literatura.

Monteiro Lobato manteve uma atividade intelectual intensa em seu tempo e iniciou sua carreira de escritor publicando os primeiros contos no jornal O Estado de São Paulo; mais tarde, em 1918, publicou sua primeira coletânea de contos, Urupês, no qual um de seus personagens, Jeca Tatu se tornou célebre no imaginário nacional e chamou a atenção de Rui Barbosa.

Intelectual engajado em causas nacionalistas, como a siderurgia e o petróleo, Monteiro Lobato foi um escritor de ações ousadas também. Em 1917 comprou a Revista do Brasil, onde já havia publicado artigos, e mais tarde montou sua própria editora, que não obteve êxito comercial, mas lançou grandes autores nacionais.

Nesta fase dedicou-se fortemente à promoção da literatura infantil, fez dos recursos ficcionais divulgadores didáticos da Matemática, Geografia, História das Ciências e se tornou a paixão nacional de muitas gerações de crianças no país.

Assim, publicou diversas obras, entre elas ‘Reinações de Narizinho’ (1921), ‘O saci’ (1921), ‘O marquês de Rabicó’ (1922), ‘Viagem ao céu’ (1932), ‘O PicaPau Amarelo’ (1939), obras em que criou uma galeria de personagens inesquecíveis: Narizinho, Pedrinho, Dona Benta, Tia Nastácia, Emília, Visconde de Sabugosa e outros. Sua obra conquistou gerações de leitores e permaneceu por longo período como programa infantil da TV, ganhando prêmio internacional.

Entre os títulos de literatura geral, ‘O escândalo do petróleo e do ferro’ (1936), é fruto de sua defesa convicta das riquezas nacionais; suas ideias nacionalistas, aliás, o levaram a ser perseguido e preso pelo
Estado Novo. Publicou também ‘Cidades mortas’ (1919), ‘Negrinha’ (1920), ‘A onda verde’ (1921) e ‘O macaco que se fez homem’ (1923), obras em que mostra sua preocupação com o país.

Curiosamente em 2010 o Conselho Nacional de Educação condenou sua obra por (segundo este) dar vazão ao racismo, explicitando a falta de bom senso que por vezes entorpece a visão dos senhores ideólogos da educação.

A verdade é que, em recente pesquisa do Instituto Pró-Livro, Monteiro Lobato se destaca como um dos autores mais queridos e admirados do Brasil. Afinal, sua obra permanece viva na memória dos brasileiros.




LILI CAVALCANTI
ESCRITORA

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