quarta-feira, 11 de abril de 2012

Entrevista ‘roubada’: risco iminente


Você já teve a oportunidade de participar de uma entrevista ‘roubada’? Refiro-me à entrevista com um jornalista em que o entrevistado tem as declarações e imagens gravadas sem perceber e, portanto, sem autorizar.

Durante um media training para uma indústria química na semana passada, um dos participantes me disse que acreditava ser possível perceber a gravação, caso um repórter se aproximasse. Por não conhecer todos os recursos tecnológicos usados pela imprensa, ele desconsiderou a micro-câmera que substitui um botão de camisa.

O equipamento, que pode ser comprado pela internet por menos de R$ 100,00, é capaz de estragos incalculáveis.

Imagine alguém que, sem saber que está sendo flagrado por um aparelho de tamanho mínimo como esse, faz declarações comprometedoras envolvendo outras pessoas ou instituições. A crise instalada terá que ser gerenciada de forma profissional para que os prejuízos sejam minimizados.

Afinal, a tal câmera oculta pode ser utilizada pela imprensa para ‘investigar’ algo? Ou o dever e a atribuição são da Polícia e do Ministério Público? A proposta desse bate papo não é discutir os aspectos legais de uma entrevista sem permissão, mas sim as formas de evitála ou de ao menos administrar bem uma situação como essa.

Enquanto os órgãos competentes definem regras para o uso desse tipo de artifício, é hora de você se preparar para evitar exposição e constrangimento caso seja o foco de uma entrevista ‘roubada’. Confira os cuidados que deve tomar:

1.Se você deve, tem mesmo que temer. Se a ética é algo que você não pratica pode esperar por uma investigação, seja ela declarada ou velada, diretamente da Polícia ou de um jornalista. Depois que o escândalo for publicado na mídia, ninguém vai querer discutir os meios usados para ‘roubar’ a informação que colocou você no meio da crise; o conteúdo será o foco do interesse público.

2.Não conte segredos a estranhos: que tipo de relação você tem com um repórter para que, num primeiro encontro, comece a desabar detalhes sobre informações sigilosas? Contenha-se: diga só o que é permitido para o momento.

3.Não seja ingênuo ao acreditar no jornalista que garante não estar gravando. Na ânsia de buscar o ‘furo’ de reportagem, ele poderá gravar sem você perceber, mesmo que não seja com uma câmera tão oculta assim.

4.Mentira tem perna curta é um dos ditados mais verdadeiros que existem, portanto, se mentir agora vai ter que declarar a verdade mais tarde ou passar o resto da vida omitindo a informação.

5.A boa relação com a mídia depende da transparência. Aja corretamente e terá os resultados compatíveis com a sua atitude.





AUREA REGINA DE SÁ
JORNALISTA, COACH E ESPECIALISTA
EM MEDIA TRAINING

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