quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Trabalho ou emprego?


Nos últimos dias 21 e 22 de outubro foi realizada em Teresina a 1ª Conferência Estadual do Emprego e Trabalho Decente, que teve por objetivo sintetizar as discussões regionais ocorridas em várias cidades
do interior, bem como escolher os delegados que irão nos representar de forma tripartite: empregadores, empregados e governo, na Conferência Nacional em maio de 2012. Quando falamos em emprego e trabalho decente, naturalmente, nos questionamos sobre qual seria sua definição, e nos remete a pensar o seguinte:


- Seria trabalho decente somente aquele que configura o compromisso social, dignidade, cidadania e liberdade de empregadores e empregados; ou seria a forma do Estado (União) como um todo privatizar suas obrigações de garantir transporte, educação, saúde, segurança, etc... responsabilizando os empregadores pelo seu cumprimento?


pregadores pelo seu cumprimento? - Seria possível estabelecer relações tripartites de trabalho decente sem empregadores decentes, empregados decentes e governo decente?


- As responsabilidades, direitos e deveres também estariam sendo obrigados de forma tripartite (empregadores, empregados e governo) ou os empregadores arcariam com os deveres e responsabilidades, os empregados com os direitos e o governo com os bônus dessa relação?

- Que legado queremos deixar para as futuras gerações: Trabalho honesto e produtivo
ou emprego “arranjado” com altos salários?


Precisamos fazer uma reflexão profunda a esse respeito, pois estamos vivendo um momento em que todos querem um ótimo emprego e não um ótimo trabalho; um momento onde os empregos têm sido em muitos casos moeda de troca de apoio político, e o trabalho, muitas vezes sendo conseguido sem concurso publico, o que fatalmente liquida sua produtividade e, principalmente, sua dignidade.


Tendo plena consciência de que só o trabalho honesto pode trazer cidadania, dignidade e liberdade, precisamos rapidamente fazer uma agenda de trabalho decente para diagnosticar, priorizar, executar e monitorar as relações de trabalho no Estado do Piauí, que provou através dos números do desemprego apresentados pela representante da OIT estar no caminho certo. Prova disso é a Convenção Coletiva de Trabalho do Setor de Produção de Grãos no Cerrado, que desde 1994 vem mantendo avanços que a tornaram referência nacional.

Em 2030 seremos 8 bilhões de pessoas no mundo, precisamos criar mais de 1,5 bilhão de novos empregos para jovens que entram no mercado de trabalho e lideram as pesquisas de desemprego. Esses, de forma nenhuma poderão ficar na ociosidade, que é o caminho curto para as drogas, a violência e o desajuste social. No Piauí seria necessário a criação de 500 mil novos empregos até 2030. Para isso precisamos do máximo empenho dos empregadores, empregados e governo, sob pena de nossa juventude ser protagonista de uma geração perdida.




SÉRGIO BORTOLOZZO
VICE-PRESIDENTE DA FAEPI E DA ABRAMILHO



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