sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Segredo


Será celebrada amanhã, 22 de outubro, 2011, a Sétima Missa do Vaqueiro, tendo como local o Espaço Cultural Allegro (Fazenda Alegre, em Pau d´Arco, Estrada Motorista Valdimir Melo, quilômetro 30, entre os municípios de Altos e Beneditinos). Quatro celebrantes: padres Duarte, Claudinei, Benedito Inácio e Nilton, se revezarão na solene celebração que apresentará uma notável justificativa: a santificação do Papa João Paulo II. Mas pela necessidade do esclarecimento, enquanto durar a “Sétima Missa do Vaqueiro, o Coral Walmira Saraiva entoará hinos sagrados receptivos à posse dos três mais novos integrantes da Academia de Letras da Região de Sete Cidades – ALRESC:

Itamar Costa, Gregório de Moraes e Graciete Torres. Não faltará o apoio logístico do “Itacor”, através da cobertura radiofônica da FM dos Humildes, 87.9, e da Fundação Educacional Antônio Agostinho (na ocasião, cinco homenagens póstumas relembrarão Luiz Gonzaga (rei do baião), o venerável Agustinho Marques da Costa (Dindin), os adolescentes Francisco Marques Soares (Teté) e Walmira Campos Saraiva Costa, e o cantor popular Waldick Soriano).


O consagrado Hermínio de Carvalho Castelo Branco (Barras, Piauí, 1851-Rio de Janeiro, 1889), é considerado o maior cantador popular piauiense. Eis o seu cantar a respeito do “Vaqueiro do Piauí”: “Eu sou
rude sertanejo,/ Só falo a língua das selvas/ Onde impera a Natureza./ Não sei fazer epopeias,/ Não entendo de poemas,/Nem choramingo pobreza./ “Nem os feitos dos heróis,/ Nem os perdidos amores./ Nem sei se o mundo se alonga/ Além das raias que vejo,/ Nessas campinas de flores./ “Porém quero, em tosca frase,/ Com singela liberdade,/ Sem floreios, nem mentira,/ Entoar selvagem canto,/ Inspirado na viola,/ Em vez de dourada lira”.


A poetisa Graça Vilhena (Maria Isabel Gonçalves Vilhena: Teresina, Piauí, 1949), enfrentou a crítica literária no momento da divulgação da poesia “Segredo”. “Do nosso segredo/ Sabe a flor que vigia a noite/ E o luar da varanda/ Quente no meu corpo./ “Sabem nossas bocas/ Tratadas pelo medo/ E nossas mãos vazias/ De nossas próprias mãos./ “Sabem nossos olhos/ Quando se encavilham/ Sabe meu verso cheio de falta/ E dessa saudade teorizada/ Que se põe sobre as coisas”. Esclarecemos: Graça Vilhena empregou a palavra “encavilham”, do verso encavilhar”, a fim de significá-la “com segurança“.


O médico Rubens Nery Costa (Teresina, Piauí, 1955), no seu “Poemeto de Desamor”, tem demonstrado prudência literária. “Pensei que o amor fosse um traço/ Uma forma absurda, abstrata/ Como as marcas de uma traça/ A devorar o tecido/ Sem plano, sem gesto ou graça/ Sendo sem nada ter sido./ “Pensei que fosse palavra/ Lembrança desesquecida/ Açoitada na senzala/ De tanta dor antiga/ De tanta fala que cala/ Na língua qual brasa viva./ “Pensei, já não penso mais/ Amei, já não amo mais/ É vento, ficou atrás”.


O poeta Carvalho Neto (João Ribeiro de Carvalho Neto: Amarante, Piauí, 1944), tem trabalhos publicados em jornais de Teresina. “Rumo”, é uma excelente obra a merecer elogios. “Sucede que lavei a alma encardida/ Na alvura de tuas águas/ E visto agora o rosto com um sorriso franco/ E breve/ Num gozo perfeito e efêmero/ Como um círculo de giz/ Com as mágoas para além do horizonte/ De tua vontade./ O
que move e comove/ É dar sentido à vida/ Como as estrelas/ A noite/ A fé/ Ao coração batido/ Você/ A mim”.

Em Elias Paz e Silva (Teresina, Piauí), a poesia “Antes que Anoiteça” é a substância encontrada para definir o nascimento da abóboda celeste: “Antes que anoiteça/ Teço estradas/ Folgo em vê-las”.


CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR  





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