segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Salvar o Enem


Está certo que se façam críticas merecidas ao ministro da Educação, Fernando Haddad, e ao Inep pela recorrência com que se têm dado vazamentos no Exame Nacional do Ensino Médio – Enem – algo que não havia quando a prova não era um mecanismo de seleção para universidades federais, como a Ufpi. Os furos na segurança e na logística são efetivamente grandes, mas é uma temeridade condenar o Enem por isso. Corrigir os erros é a medida mais sensata.

Não restam dúvidas de que o MEC tem pecado pela segurança: em 2009, cadernos de provas foram retirados da gráfica onde estavam sendo impressos, o que custou milhões de reais ao contribuinte e ainda atrasou a aplicação da prova. Neste ano, cadernos de provas dos pré-testes desviados e usados por um colégio no Ceará.

São episódios que denunciam claramente o pouco caso que se deu a uma coisa que deveria ser obsessiva: a manutenção do sigilo das provas como um instrumento essencial à isonomia do teste aplicado no mesmo dia a quase cinco milhões de estudantes.

O MEC pode ampliar seu banco de questões para as provas do Enem, bem como optar por provas diferentes para as várias regiões do país – o que aumentaria a segurança do sigilo, que é fundamental quando um teste desse tipo se presta a selecionar alunos para as universidades públicas, bem assim a servir para a concessão de bolsas do ProUni – que financia estudantes pobres em instituições privadas.


Adotadas as medidas que reduzam a possibilidade de fraude, vazamentos e lambanças na realização das provas do Enem, é certo que esse sistema de avaliação pode e deve ser mantido para ingresso nas universidades. É mais justo e democrático porque permite que o aluno concorra a vagas em todo o país e não apenas no Estado em que mora.

A possibilidade de os estudantes concorrerem a vagas nas universidades de todo o país é a grande vantagem do Enem, o que leva a também à ampliação das tentativas de fraude, o que precisa fazer com que o MEC mantenha-se obsessivamente preocupado com a segurança e o sigilo. É isso que certamente vai garantir longa vida ao exame e fazê-lo, efetivamente, uma porta segura de acesso à universidade.

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