segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Boa oportunidade

Em boa hora, por vias oblíquas da descoberta de ‘importadores’ de lixo hospitalar como ‘insumo’ para a indústria de confecções populares, o Brasil se queda diante do escandaloso uso de material contaminado. Mas para além de uma esperteza de empresários pernambucanos, o tratamento de resíduos hospitalares poderia e deveria estar na pauta do dia de autoridades sanitárias e de prefeitos.

Isso se deve ao fato de um dos mais graves problemas de saúde pública brasileira estar dentro dos hospitais.

Resíduos contaminados e contaminantes produzidos em hospitais, sejam eles sólidos ou líquidos,  trazem consigo potencial enorme de riscos biológicos, principalmente, químicos e radioativos, aos quais se sujeitam doentes, visitantes e profissionais da área de saúde, em hospitais públicos ou  privados.

O correto tratamento do lixo hospitalar favorece a todos: reduz riscos de infecções no âmbito dos  estabelecimentos, bem assim reduz os custos em médio prazo. Porém, uma considerável parcela dos estabelecimentos, sobretudo os públicos, não segrega, acondiciona e descarta de modo correto os seus
resíduos. Um dos resultados disso é a mistura de lixo comum a resíduos contaminados, o que faz com que o lixo hospitalar seja produzido em quantidade maior, encarecendo seu descarte.

Medidas bastante simples podem reduzir tanto os riscos quanto os custos, seja pela adoção de práticas profiláticas elementares para lidar com os resíduos produzidos, seja com segregação e tratamento deles, seja pelo uso de autoclaves que concorrem para diminuir os riscos de contaminação biológica.

Há que se manter um permanente foco na questão dos resíduos sólidos e nos efluentes produzidos pelos hospitais. Isso porque o descarte desses resíduos feito sem critérios de segurança não apenas amplia os riscos biológicos internos como potencializam os perigos externos de contaminação.

Por isso, é fundamental que as autoridades sanitárias usem o atual momento para eliminar a prática de dar tratamento inadequado ao lixo hospitalar. Na maioria das cidades do estado esses resíduos são tratados de modo inadequado, como resíduo comum.

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